quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Desflorestação em Portugal



Incêndio em Portugal
A violência e a extensão dos incêndios florestais nestes últimos anos têm destruído centenas de hectares de floresta. A ausência de uma política de ordenamento e gestão florestal, o desconhecimento real das áreas florestais, a ineficácia das medidas de prevenção e combate dos fogos florestais, o abandono de extensas áreas florestais, associadas a certas situações atmosféricas ou a acções negligentes e criminosas, são causas deste elevado número de incêndios.
Num pinhal pouco cuidado, as agulhas que caem nos arbustos facilitam o caminho do fogo em direcção às copas, estimulando os fogos de temperaturas elevadas, difíceis de dominar. Este tipo de incêndio danifica, inclusivamente, as camadas superficiais do solo, e queima os seus componentes orgânicos, acelerando o processo de erosão.
Em 2002, 68% da área ardida resultou de 213 grandes incêndios, causando prejuízos de cerca de 24 milhões de euros. Os prejuízos em material lenhoso ascenderam aos 56 milhões de euros, sem contar com os custos de combate e reflorestação.
Os incêndios contribuem ainda para a emissão de CO2 para a atmosfera (cerca de 10% a 30% por ano). Por outro lado, havendo menos área florestal, o CO2 não é removido pelas plantas, não ficando desse modo retido nas plantas e no solo.
Abate de árvores
O problema associado ao abate de árvores é o abate desregrado e desenfreado e a ambição pelas áreas ardidas e matéria-prima. Se após o abate de árvores o terreno for abandonado, a reposição do equilíbrio pode demorar décadas, ou mesmo milénios. Se não forem tomadas medidas drásticas, cerca de um sexto das florestas mundiais desaparecerá até 2030.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O que é a desflorestação?

O processo de Desflorestação consiste na remoção, em larga escala, de grandes porções de floresta, anterior à sua substituição por outra utilização do solo. Em bom português se pode descrever como o abate de árvores com vista a utilizar o solo por elas ocupado para outros fins, economicamente mais rentáveis do que ter um conjunto de seres vivos que controlam os ciclos de água do solo e a reciclagem do ar, com produção de oxigénio. É devido a esta forma materialista de pensar que a Desflorestação foi durante muitos anos vista como impulsionadora do desenvolvimento da economia de um país, visto que com ela se liquida o "capital" de uma floresta, abrindo caminho para outras formas de lucro, como a produção de comida, matéria-prima, energia ou construção de infra-estruturas.

Desflorestação da Amazónia atinge valor quase recorde

A floresta amazónica está a desaparecer a um ritmo cada vez mais veloz. Só entre Agosto de 2003 e Agosto de 2004, a desflorestação atingiu o segundo valor mais alto de sempre, afectando mais de 26 mil quilómetros quadrados no espaço de um ano, o equivalente a um terço da superfície de Portugal. O balanço foi avançado pelo governo brasileiro, a quem os ambientalistas pedem mais acção.
De acordo com a BBC, a desflorestação da Amazónia ao longo destes 12 meses representa um aumento de 6% em relação ao ano anterior. Na origem do abate de milhares de árvores está, entre outros factores, o objectivo de aumentar a área de plantação de colheitas. No Estado de Mato Grosso, - onde ocorreu quase metade desta desflorestação -, a exótica vegetação amazónica deu lugar a campos de soja. Uma cultura que, em 2004, atingiu recordes nas exportações brasileiras para a China e a Europa.
O novo balanço oficial surpreendeu, no entanto, o próprio governo brasileiro, cujas estimativas apontavam para um aumento na desflorestação da Amazónia de cerca de 2%. Em vez disso, a área desflorestada entre o Verão de 2003 e 2004 atingiu os 26 130 quilómetros quadrados. O valor mais alto de destruição da floresta - desde que o Brasil iniciou o estudo do problema, em 1988 - remonta ao período entre Agosto de 1994 e Agosto de 1995 29 059 quilómetros quadrados.
Numa reacção aos números divulgados, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, citada pela Lusa, destacou o elevado crescimento económico do país em 2004 como um dos factores que contribuíram para o aumento da desflorestação. No entanto, a governante considerou o cenário "indesejável" e admitiu que as medidas adoptadas por Brasília para inverter a situação não produziram efeito.
Entre as acções realizadas pelo Executivo de Lula da Silva destacam-se a criação de áreas protegidas e o reforço da vigilância via satélite sobre as zonas mais ameaçadas. No entanto, embora consideradas "positivas", estas medidas não satisfazem os ambientalistas, que desafiam as autoridades locais a ir muito mais além.
"Para que se consiga marcar a diferença no terreno, o governo precisa de restringir a plantação de soja a áreas já desflorestadas, combater o abate ilegal de árvores e implementar, de forma efectiva, o seu próprio plano anti-desflorestação", afirmou Paulo A Dário, coordenador da campanha da Greenpeace.
Também para o Fundo Mundial para a Conservação da Natureza (WWF, sigla em inglês), o governo de Lula da Silva tem "falhado" o cumprimento dos objectivos a que se propôs em 2003. Em comunicado, a organização alerta para os efeitos desta devastação a nível ambiental e social, numa altura em que 18% da floresta já foi destruída.
*Com agências
A floresta da Amazónia perdeu 1123 quilómetros quadrados de área no último mês de Abril, quase o equivalente ao concelho de Beja. O valor foi adiantado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre Maio de 2007 e Abril de 2008 foram desbastados 9405 quilómetros quadrados de mata.